Boas
Partilho convosco mais uma resposta do João Oliveira. Para entenderem a questão, eu perguntei ao João se fiz mal ou bem em ter trocado o oleo, e utilizado o Unimax Plus. Isto porque o que ele recomenda é o CFE. Questionei tambem o que me tinham pedido, sobre a utilização do 5W40.
O nivel e qualidade da resposta deixa-me cada vez com mais certezas, de que estamos perante uma empresa da maior credibilidade e com um nivel de satisfação de clientes que é de salientar.
Vejam atentamente a resposta....
" Boa noite Pedro Monteiro,
Cá espero notícias sobre o possível interesse do clube sobre os nossos lubrificantes e se isso acontecer falaremos também sobre a linha de caixas e diferenciais. Não se arrependa de ter comprado o UNIMAX PLUS. É um dos nossos best-sellers para ligeiros e pesados. É um óleo muito “robusto”, muito polivalente, que nos dá enormes garantias de performance e durabilidade. Temos empresas que o utilizam na sua frota diversa há já muitos anos e nunca tivemos a menor razão de queixa.
Quanto à questão do CFE 5W-40, este está também na nossa tabela de preços mas penso que não faz sentido utilizar este grau de viscosidade em veículos com alguns anos, pois esta graduação é mais utilizada nos veículos mais modernos e como já afirmei o CFE aí não deve ser utilizado. Temos é obviamente muitos outros lubrificantes que podemos recomendar, mas nesse caso necessitamos de saber marca, modelo e ano de fabrico da viatura em questão (não o ano de matrícula).
A vantagem do 5W-40 em relação ao 10W40 é sobretudo na fase de arranque. O 5W-40 é um pouco mais fluido a frio (a quente têm o mesmo comportamento, pois são ambos 40) o que promove menor desgaste nesta fase. No entanto, e para uma utilização esporádica, o 10W-40 serve perfeitamente, não trazendo o 5W-40 qualquer vantagem económica.
Entretanto deixe-me dar-lhe mais alguma informação sobre estas questões das especificações ACEA. Passo a explicar um pouco as suas evoluções:
1) Até Jan 1996 vigoraram as especificações CCMC (Comité Construtores Mercado Comum);
2) Entre 1996 e 2004 entraram em vigor as ACEA (Associação Construtores Europeus de Automóveis) e existiam as seguintes variações:
a. A1; A2; A3 e A5 para motores a gasolina de veículos ligeiros
b. B1; B2; B3; B4 e B5 para motores diesel de veículos ligeiros
c. E1; E2; E3; E4 e E5 para veículos pesados
Cada uma tinha o seu significado.
3) Em 2004 (e até Dezembro de 2009) estiveram em vigor as ACEA sequência 2004 e nessa altura as letras A e B foram associadas, originando as seguintes especificações:
a. Veículos ligeiros a gasolina e diesel - A1/B1; A2/B2; A3/B3; A3/B4; A5/B5 (não existem outras combinações).
b. Veículos ligeiros a gasolina e diesel com filtros de partículas - C1; C2; C3; C4 (cada uma deve ser interpretada individualmente. Não é uma evolução de qualidade)
c. Veículos pesados E2; E4; E6 (nova introdução); E7. De notar que a ACEA E3 desapareceu.
Mais uma vez, cada uma tem o seu significado, conforme já o informei.
4) Em 2007 (e até Dezembro de 2010) estiveram em vigorar as ACEA sequência 2007.
a. Mudaram as exigências/parâmetros.
5) Em 2008 (que estão válidas até Dezembro de 2012) estão em vigor as ACEA sequência 2008.
a. Mudaram as exigências/parâmetros.
b. Desapareceu a E2
c. Foi introduzida a E9.
6) Em Dezembro de 2010 chegaram as ACEA sequência 2010. Estas estarão totalmente em vigor em Dezembro de 2012, data a partir da qual são mandatórias.
a. Mudaram as exigências/parâmetros.
Toda esta informação pode ser aprofundada no site da ACEA.
Sequence Issue
First allowable use
Mandatory for new claims
Oils with this claim may be marketed until
2004
1st November 2004
1st November 2005
31st December 2009
2007
1st February 2007
1st February 2008
23rd December 2010
2008
22nd December 2008
22nd December 2009
22nd December 2012
2010
22nd December 2010
22nd December 2011
…
(fonte:
http://www.acea.be/images/uploads/files ... uences.pdf )
De notar que os períodos de existência das sequências se sobrepõem. São chamados os períodos de transição.
Em resumo e como exemplo: dois lubrificantes podem ter a mesma especificação ACEA A3/B4 e uma delas ser ainda com base na sequência de 2004 enquanto outra pode ser com base na sequência de 2007, de 2008 ou mesmo já de 2010. Embora estejamos sempre a falar de um A3/B4 os parâmetros de exigência são bastante diferentes e consequentemente a performance dos óleos. Não quer isto dizer que não se possa continuar a utilizar especificações de 2004, mas isso só nos motores mais antigos. Não podemos é, num motor moderno, que se rege por exemplo pelas ACEA de 2008, utilizar lubrificantes que têm como base ACEA de 2004. Esta situação tem de ser acautelada e não se deve comprar só porque é um A3/B4. É neste ponto que muitas vezes residem as diferenças entre os variados lubrificantes no mercado e obviamente nos preços praticados.
Espero ter conseguido esclarecer mais algumas dúvidas sobre estas questões tão particulares sobre a classificação dos lubrificantes.
Cumprimentos,
João Oliveira